O que mais chama a atenção da medida é o seu pedigree petista. A velha ideologia de que o Estado pode tudo e que todos os problemas têm de passar pela grande máquina petista está escancarada no Atleta Pódio. Décadas de ineficiência do esporte brasileiro podem ser resolvidas por simples canetadas de Brasília, pensam os guias deste país. O mecanismo é grosseiro e arrogante: bastam a vontade e o dinheiro público para que tudo se resolva.
É evidente a semelhança com o modelo ultrapassado e historicamente combalido de intervenção econômica no Brasil. Como a política industrial, que há décadas jorra bilhões de reais em empréstimos e subsídios a empresas ineficientes e altamente dependentes do poder público, o Atleta Pódio desperdiça milhares de reais sem incentivar a competitividade e o resultado. Os atletas contemplados confortavelmente recebem a sua bolsa, tendo metas folgadas e pouca exigência. Como as principais competições ocorrem em longos períodos intercalados, o risco de acomodação é enorme e o controle, extremamente precário.
Mais que um simples programa esportivo, o Atleta Pódio é o idéario do infame Estado petista e do desastrado pensamento heterodoxo econômico. A cenoura está armada e espera que os burros corram atrás dela.
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