sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Curtas econômicas

Últimas da economia:

Folha de São Paulo - 11 de setembro de 2009: Indicadores comprovam aquecimento da economia.
G1 - 11 de setembro de 2009: Economia cresce 1,9% no segundo trimestre e sai da recessão.
Comento: é bom deixar claro que o valor de 1,9% refere-se à comparação com o 1° trimestre de 2009. Em relação ao ano passado, houve uma queda de 1,2%. Se for levado em conta a queda anual do mesmo indicador no primeiro trimestre (-1,8%), temos ainda uma economia desacelerada e enfraquecida. Os números resumem um pouco da história econômica: não há crescimento eterno nem crise que dure para sempre. A despeito dos cavaleiros do apocalipse, que sempre aparecem quando a economia está recessiva, profetizando o fim do capitalismo e outras baboseiras, o sistema econômico precisa de crises para se tornar mais eficiente. É em meio às recessões que as empresas se reestruturam, se livram dos gastos excessivos e dinamizam a produção. Por outro lado, os governos tendem a fazer o contrário: aumentam os gastos, diminuem a tributação, relaxam a política monetária e intervêm mais na economia. Tentam à marcha forçada o milagre do crescimento. Não são raras as vezes em que tais políticas fiscal e monetária expansivas agravam a situação econômica. O Brasil passa por isso e o quadro no longo prazo é preocupante.


Valor Econômico - 11 de setembro de 2009: Ata e IPCA forçam juro futuro para baixo.
Comento: tenho lido muitos indivíduos revoltados com o Copom, que manteve a taxa básica de juros em 8,75%. Segundo eles, a demanda está desaquecida e os índices de preços, baixos. Haveria, então, espaço para a queda da taxa Selic. Existe, porém, o grande problema da expansão fiscal promovida pelos petralhas. Diante de gastos crescentes e receitas cadentes, a tendência é que as taxas de juros sejam pressionadas para cima, de forma a comportar a festa dos aloprados. Um agravante são as eleições de 2010. Historicamente, o gasto do governo cresce em ano eleitorial. Os petistas, amantes de um Estado gigante, não irão se furtar de usar a máquina estatal. É certo que a expansão fiscal continuará em 2010. Outro fato é a inevitável recuperação econômica. A demanda voltará a se aquecer. Pode-se dizer com certeza que em 2010 o Copom intensificará o arrocho monetário.


Jornal do Brasil - 10 de setembro de 2009: Governo taxa calçado da China
Comento: o lobby das empresas de calçado convenceu a Camex a aprovar a taxação dos importados. O engraçado é que a alegação é sempre a mesma: perderam-se empregos por causa dos produtos chineses. Ora, a política comercial nunca é indicada para se tratar um problema industrial. Falta competitividade? As empresas brasileiras não têm eficiência o suficiente? Não vai ser uma tarifa que mudará a situação. Pelo contrário, diminuir a competição abre espaço para mais "folga" e "preguiça" por parte das indústrias de calçado daqui. A tendência é a acomodação e uma perda ainda maior de eficiência. A prática de dumping pela China é abominável, mas igualmente desprezível é o paternalismo do Estado brasileiro, que obriga a população a adquirir produtos a um preço mais alto que o justo.

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