
Chávez desvaloriza moeda em 100%
Presidente venezuelano cria dois tipos de câmbio para setores considerados prioritários e não prioritários
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, anunciou ontem uma importante reforma financeira que desvalorizou o bolívar forte, a moeda do país, e estabeleceu tipos de câmbio distintos para setores considerados prioritários - como alimentação, habitação, saúde e educação - e não prioritários.
O bolívar forte estava em 2,15 por dólar no câmbio oficial desde 2005. Para negócios que envolvam o setor prioritário, a cotação passou para 2,60 por dólar. Para itens não essenciais - como automóveis, tabaco, bebidas, telecomunicações, produtos químicos, petroquímicos e eletrônicos -, o bolívar será cotado a 4,30, uma desvalorização de 100%.
O câmbio na Venezuela é controlado pelo governo. O país adotou o sistema de câmbio fixo em 2003. Em janeiro de 2008, foram cortados três zeros da antiga moeda, o bolívar. Esta é a quarta desvalorização em sete anos.
Apesar de proibido e punido com pena de prisão e perda dos valores envolvidos, o câmbio paralelo chegou a pagar 7 bolívares fortes por dólar, aumentando os preços e a inflação no país. A simples divulgação da cotação da moeda no câmbio paralelo é considerada crime. Chávez disse que o Banco Central e o governo intervirão no mercado paralelo para evitar a especulação, mas não deu detalhes da estratégia. Chávez afirmou que o controle do câmbio chegou para ficar, pois "os dólares são para o povo e não para comprar carros e uísque".
O presidente informou que as novas taxas entrarão em vigor imediatamente e ressaltou que as as medidas buscam "dar novo impulso à economia produtiva, conter as importações que não são estritamente necessárias e estimular a política de exportação". Após quase cinco anos de crescimento contínuo, a economia venezuelana enfrentou um forte retrocesso no ano passado ao registrar uma queda de 2,9% com relação a 2008.
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