quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Cepal, pior que malária

Os países subdesenvolvidos da América Latina, em especial o Brasil, por décadas desenvolveram diversos programas de incentivo às indústrias. Influenciados pelo pensamento cepalista (em poucas palavras, ele dizia que os países pobres exportadores de matérias primas tenderiam a uma perda nas trocas internacionais com os países ricos, produtores de manufaturados), os governos investiram bilhões de dólares em créditos e subsídios, criaram estatais para atuarem diretamente na produção e manipularam a política de comércio exterior.

Na ilusão de se formarem artificialmente condições para o desenvolvimento industrial, esses planos fracassaram economicamente e agravaram a situação de pobreza e concentração de renda da população.

Resultados econômicos pífios

A grande maioria das indústrias instaladas mostraram-se frágeis e ineficientes. Além de não terem escala suficiente no mercado interno, eram muito dependentes do capital transferido pelo governo. As estatais, por sua vez, eram deficitárias e os seus serviços e produtos, péssimos. Não foi por mera coincidência que muitas foram privatizadas nos anos 90. A proteção tarifária e não-tarifária inibiu a competição e contribuiu para a sobrevivência de empresas sem a mínima condição de estar em funcionamento.

Novos e velhos problemas sociais

No campo social, os resultados mais graves. As políticas industriais levaram ao aumento da desigualdade, ao fomentarem práticas econômicas concentradoras de renda. Ao mesmo tempo, houve o crescimento desordenado das cidades com a aceleração da industrialização. Somando-se a isso, a inflação explodiu diante de uma política fiscal e monetária expansionista que o desenvolvimento industrial demandava.

Cepal contamina a AL

Décadas depois de a malária cepalista se espalhar pela América Latina, o que foi conquistado? Todos os países ainda dependem demais da exportação de commodities. A base industrial é arcaica e ultrapassada. Os produtos manufaturados continuam a ser os principais da lista de importados. A população é pobre. A desigualdade e a concentração de renda pioraram. Há diversos problemas de infraestrutura.

A Cepal é um grande exemplo do pensamento atrasado de certos latino-americanos (não é mesmo, PeTralhas?). Toda a sua ideologia se baseia no complexo de país medíocre: o capitalismo é prejudicial e injusto, o mundo conspira contra os pobres e o livre mercado é o pior de todos os pecados. Alheio a tudo isso, até hoje, a população da América Latina paga por sua arbitrariedade.

Mesmo assim, os fantasmas cepalistas ainda rondam o continente. A Venezuela de Hugo Chávez. A Bolívia de Evo Morales. O Brasil de Lula. Todos eles ignoram o passado e repetem os velhos erros.


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